Quando olhamos para as dinâmicas da criança, percebemos que ela se insere em seu sistema familiar de forma cega, o amor é incondicional.
A criança assume sacrifícios, cargas e culpas, que correspondem aos seus pais, irmãos, avós ou outra pessoa da família.
A criança pode adoecer no lugar dos pais e às vezes até morrer, como se desta maneira fosse conseguir salva-los. Desta forma, pode segui-los até à doença, à morte, ao vício ou a outros destinos. Isto se chama Lealdade Sistêmica.
Sob olhar sistêmico, o que vemos é que temos nossa identidade individual, porém fazemos parte de um coletivo maior, que é “alma familiar” e que esta alma tem suas regras.
Uma delas é amar nossos pais e outros “iguais” e nos sacrificar por amor a eles. É isto mesmo: acreditamos falsamente que desta forma estamos ajudando-os.
Mais do que ser amado, o ser humano quer ser aceito.
Nós somos animais e para sobreviver, desde o início de nossa existência, aprendemos que precisávamos viver em grupo, pois era muito mais seguro sobreviver numa floresta em grupo do que só. E esta condição, de ser aceito pelo grupo, passou a ser uma questão de sobrevivência, que carregamos até hoje.
O que quero dizer com isto?
Que quando uma criança nasce em uma família, tudo o que mais procura é ser aceita naquele grupo familiar, independentemente de quem sejam seus pais ou o que eles façam de bom ou ruim.
Quando esta criança se torna adulta, mesmo que a nível consciente queira ser diferente dos seus pais, seu subconsciente irá criar condições para que ela se encontre em situação semelhante, com o objetivo de ser aceito naquele sistema.
Vejam que não precisa ser igual, e às vezes é difícil de identificar estas semelhanças, porém, o subconsciente entende que daquela forma, esta pessoa se manterá pertencente ao grupo.
Vemos isto o tempo todo em consultório, nos mais variados exemplos.
Vou dar apenas alguns para ficar mais claro:
- Quando o cliente trai em seus relacionamentos, como o seu pai fazia.
- Quando o cliente é mãe ou pai e se percebe agressivo e exigente demais com seus filhos, cobrando perfeccionismo e gritando por qualquer coisa, exatamente como seus pais faziam.
- Quando o cliente percebe que não consegue ser bem sucedido financeiramente e toda vez que o dinheiro começa “entrar” ele dá um jeito de “perder”, já que seu pai nunca conseguiu ter uma boa condição financeira e “trabalhou duro para sustentar a família”.
- Quando o cliente não consegue emagrecer e toda vez que está perdendo peso, dá um jeito de voltar ao patamar anterior. Quando aprofundamos, perceberemos que alguém que ele tem muita conexão na família, foi ou é obeso.
Percebe como aquele indivíduo, uma vez que se tornou adulto e já não vive mais tão próximo dos pais, dá um jeito de se manter pertencendo àquele grupo de forma inconsciente, se tornando “igual” de alguma forma, tendo o mesmo destino de seus pais?
No livro “Onde Estão as Moedas? As chaves do vínculo entre pais e filhos” de Joan Garriga Bacardí, ele cita um ensinamento de Bert Hellinger, de que o Amor cresce com a Ordem:
“Que os pais sejam pais e grandes e que deem principalmente a vida. E que os filhos sejam filhos e a aceitem.”
“Que os filhos não interfiram nos assuntos dos mais velhos.”
“Que os filhos honrem seus pais, fazendo principalmente algo de bom com sua vida, renunciando, portanto, às imposições trágicas dos que sofreram antes ou que foram banidos do amor familiar. Devem abandonar a tendência de repetir os destinos fatais presentes em todas as famílias”.
É isto que trabalhamos na hipnoterapia e constelações familiares, para que o fluxo do amor se restabeleça e aquele adulto entenda que o que seus pais mais desejam é que o seu filho esteja bem e cresça livre e feliz.
É neste momento que este adulto, com liberdade e protagonismo, assume as rédeas da própria vida, toma atitudes e faz escolhas autênticas que o levam para um estado de leveza e plenitude!
Faz sentido para você?
Algumas ideias e trechos deste artigo foram retirados do livro “Onde estão as Moedas? As chaves do vínculo entre pais e filhos” de Joan Garriga Bacardí e do Manual de Treinamento do Método Kraisch, de Rafael Kraisch.
Artigo escrito por Cristina Campos, hipnoterapeuta e terapeuta sistêmica.
Auxilia nos processos de transformação e auto cura, ajudando as pessoas a olharem para dentro, resgatarem sua autoconfiança e (re)criarem sua vida com sentido.
Como posso te ajudar?
Entre em contato pelo (11) 99634-3977 para saber mais detalhes.
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O tratamento pode ser presencial em SP (São Paulo e Vinhedo) e online.
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